Você sabe o que é fáscia? É um tecido conjuntivo contínuo, composto de colágeno, elastina e água, que envolve e conecta os músculos, ossos, nervos e órgãos em geral. Por esse motivo, desempenha papel fundamental na postura e no movimento. Entre os vários tipos de tecidos fasciais, existem as miofáscias, que têm contato direto com os músculos, evitando o atrito e coordenando o movimento entre eles. O que isso tem a ver diretamente com a postura? A fáscia saudável permite que a musculatura se mova com eficiência, sem restrições. Em contrapartida, fatores como sedentarismo, encurtamento muscular, atividades ocupacionais, técnicas incorretas de execução durante um treino e a má postura prejudicam a plasticidade da fáscia, fazendo com que ela fique rígida e menos flexível. Assim, esse tecido passa a dificultar o movimento e a restringir o alinhamento das articulações, causando contração muscular prolongada, dor e, claro, desequilíbrio postural. Um exemplo prático: se você trabalha muito tempo sentado, em frente a um computador, já deve ter sentido algum desconforto como dor nos ombros, pescoço ou costas, certo? Depois, na academia, praticando um exercício para costas, você pode ter tido dificuldade em manter o alinhamento adequado da escápula ou desconforto em outros músculos não exercitados naquele momento. Isso ocorre porque o corpo se adapta à postura adotada em frente ao computador, acentuando a curvatura da coluna torácica, levando ombros e cabeça à frente. Com o tempo, a miofáscia se ajusta a essa posição, restringindo a capacidade de alongamento e de relaxamento muscular. O resultado disso é um desequilíbrio em cadeia, afetando também os músculos do peitoral, pescoço, ombros e costas. Há outros exemplos: a rigidez da fáscia da coxa pode comprometer o posicionamento do quadril e da coluna, aumentando, inclusive, o risco de lesão. A boa notícia é que dá para consertar todo esses danos com liberação miofascial (tipo de massagem que aposta na pressão da região afetada), alongamentos e exercícios corretivos.