Força e corrida: supere os mitos

30.07, Por Juliana Marrera, professora de musculação da Les Cinq Gym

Se você ama correr, provavelmente já ouviu (ou até acreditou) em frases como: “musculação atrapalha o desempenho” ou “corredor só precisa correr”. A verdade é que o treino de força é um dos pilares mais importantes para quem deseja correr bem, com menos dor e por muitos anos. Bora desmistificar os tabus?

1. “Musculação deixa o corpo mais pesado e atrapalha a corrida”
O foco do treino de força para corredores não visa a hipertrofia (aumento da massa muscular), mas deixar os músculos fortes e equilibrados. Isso melhora a eficiência do movimento e reduz o gasto energético. Com mais controle e força, você corre melhor e rapidamente.

2. “Corredor só precisa treinar pernas”
As pernas tocam o solo, mas não “correm” sozinhas. O core (centro do corpo, na região abdominal) mantém a postura, estabiliza a pelve e ajuda a distribuir a força que a corrida pede. Braços e tronco também participam da mecânica da corrida. Ignorar essas regiões nos treinos de força pode gerar desequilíbrio muscular, piorar a técnica e aumentar o risco de lesão.

3. “Fazer musculação no mesmo dia da corrida atrapalha os resultados”
Tudo depende da forma como o treino é organizado. É possível combinar corrida e musculação no mesmo dia, sem prejuízos, desde que haja planejamento de cargas, objetivos e recuperação. Agora, estudos mostram que a ordem dos estímulos é importante. Se o foco do dia for o treino de corrida, a musculação deve vir depois para não gerar fadiga. Mas, se o condicionamento muscular for a prioridade, a musculação pode ser antes.

4. “Correr fortalece, não preciso de musculação”
A corrida até fortalece alguns grupos musculares. Mas sempre os mesmos e de forma repetitiva (sem variação de movimento). Isso pode gerar desequilíbrio, sobrecarga articular e limitações no desempenho. A musculação fortalece de forma específica, com controle de carga e amplitude, atuando inclusive na prevenção de lesões e na melhora da força excêntrica (na fase de alongamento muscular do movimento), essencial para desaceleração e absorção de impacto nas articulações.

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